Chuva de visualização

Entrevista com o autor Mateus Silva

·         Nome: Mateus Silva

·         Idade: 19

·         Cidade: São Paulo

·         Signo: Câncer

·         Gênero que escreve: Nenhum específico, atualmente escrevo um terror e um romance.

·         Nome dos livros: Urban Weapon (cancelado), No Way Out, Sob Novos Olhos, Um minuto para o fim do mundo, Adeus Adam, e vários outros que já tive as idéias.

1.      Quando começou a escrever?

R: Desde que me entendo por gente sempre gostei de escrever, em 2009-2010 eu escrevia histórias e contava para meus colegas de classe e eles sempre gostaram, não lembro exatamente quando comecei. 

2.      O te fez começar a escrever?

R: Tédio talvez, eu não sou de família rica, não tinha videogame e computador para me divertir e nunca fui de ficar o dia todo na rua, eu assistia desenhos e depois escrevia minhas versões deles, famosas fanfics. O tédio junto ao fato de querer mudar coisas que não gostava quando assistia me fez começar a escrever minhas primeiras histórias.

3.      Já pensou em desistir?

R: Não só pensei como já desisti uma vez, o primeiro livro que realmente levei a sério se chama Urban Weapon e eu o abandonei no capítulo 36 por falta de leitores, mas esses capítulos ainda estão no Wattpad. E constantemente eu penso em desistir novamente.

4.      Qual sua maior dificuldade com escritor?

R: Inspiração e privacidade para escrever. Teve vezes que eu escrevia capítulos seguidos porque me vinham muitas idéias, mas quando eu tenho um bloqueio é difícil de sair alguma coisa, no momento dessa entrevista faz mais de uma semana que não atualizo No Way Out porque eu não sei como narrar os próximos acontecimentos.... Eu moro com meus pais, mas constantemente minha irmã vem para cá dormir aqui e etc. E ela tem quatro filhos e quando estão aqui eles gostam de brincar comigo, ver o que estou fazendo no computador e tal, eu não consigo escrever com gente olhando, até porque não contei para eles que sou escritor, por mais que deixe indícios nunca falei abertamente sobre isso, então às vezes falta privacidade para escrever.

5.      Como foi a escolha de “é isso que eu quero fazer e quero que todos vejam”?

R: Minha intenção ao escrever meu primeiro livro foi criar uma história própria e utilizar ideias que para mim foram mal aproveitadas nos animes e filmes que eu assistia, eu comecei a escrever e queria que as pessoas lessem para dizer o que achavam, no fundo eu buscava reconhecimento de alguma maneira já que nunca fui destaque.

6.      Qual foi o seu sentimento de publicar seu primeiro capítulo? E o último?

R: Quando eu publiquei meu primeiro capítulo eu pensei que as pessoas iriam gostar de ler, que ia bombar, mas por mais que eu divulgasse, os únicos votos e comentários que eu conseguia vinham de um grupo de troca de leituras, e eu sabia que aqueles comentários não eram sinceros, por isso desanimei, tanto que nunca postei o último capítulo, então não sei te dizer qual a sensação.

7.      O por que você escreve?

R: Como eu já disse, quero compartilhar minhas ideias, mas talvez também seja a busca por reconhecimento.

8.      Algum de seus personagens fora inspirado em alguém?

R: Todos meus personagens são inspirados em alguém. O pessimismo de Felipe, o protagonista de No Way Out, é baseado no meu pessimismo, Lucas do mesmo livro é baseado em um grande amigo meu de mesmo nome, Gustavo que é um personagem secundário também desse livro é quase uma cópia de um colega meu da época da escola, até o nome é o mesmo e ele era brincalhão do mesmo jeito. A doença ocular de Leon, de Sob Novos Olhos, é a mesma doença que eu tenho e a insegurança dele é a mesma que a minha. Se eu fosse listar todas minhas inspirações pra personagens eu ficaria aqui o dia todo, esses que citei pra mim são os mais marcantes, mas os outros também são importantes.

9.      O que você sente quando escreve?

R: Me sinto livre para expressar ideias, muitas vezes tóxicas, que estão em minha cabeça, me ajuda muito desabafar o que estou sentindo mesmo que seja indiretamente.

10.  O que sua família acha de você escrever?

R: Eles não sabem, ou fingem não saber. Eu tento esconder ao máximo, o fato de eu não trabalhar e não saber o que quero para o meu futuro faz eles terem uma visão errada de mim, achando que não quero nada e etc., se eles soubessem que escrevo aí que iam pegar no meu pé mesmo.

11.  De onde vem sua inspiração?

R: Filmes, animes, séries, músicas, situações que vivi e por aí vai, por exemplo: Adeus Adam é inspirado na música Adam’s Song do Blink 182 e Um minuto para o fim do mundo é inspirado na música de mesmo nome do CPM 22, eu peguei essas duas músicas e criei dois contos sobre depressão, usando os versos das próprias músicas pra desenvolver as histórias até os finais. E No Way Out tem tantas inspirações que tenho medo de acharem que é plágio. Por exemplo, tem uma cena que Felipe sai correndo de um determinado lugar chamando a atenção dos zumbis, essa parte foi inspirada em uma cena do filme Todo Mundo Quase Morto, e por aí vai.

12.  Qual personagem criado por você detém seu amor? E qual detém seu rancor?

R: Por Felipe e Leon representarem sentimentos que tenho, eles não têm exatamente meu amor, mas tenho grande afeição por eles. Já os personagens que tenho rancor não são muitos, mas tem o Alfredo de No Way Out, André de Sob Novos Olhos, Lockin de Urban Weapon.

13.  Qual foi sua primeira paixão literária?

R: Eu acho que não tenho.

14.  Teve incentivo para começar a ler?

R: Sempre fui obrigado a ler na escola, fui incentivado na pressão.

15.  Qual seu ritual para escrever?

R: Eu coloco músicas que combinam com o gênero da história que estou escrevendo e mando ver, a música meio que já me leva pelo caminho que devo escrever.

16.  Qual o momento mais marcante da sua carreira?

R: Minha carreira é curta e inexpressiva, não me ocorreu coisas muito marcantes, tiveram algumas pessoas que já disseram que minhas histórias eram incríveis e que acompanhariam, mas sabe-se lá por qual motivo elas deixaram de ler depois, então né...

17.  Se pudesse ser um personagem quem seria?

R: Com certeza eu gostaria de ser algum daqueles adolescentes babacas aleatórios de Sob Novos Olhos, se eu tivesse facilidade para me expressar e fazer amigos minha vida seria bem melhor.

18.  Qual são os autores que você se inspira?

R: Aí é o momento em que muitos vão me achar uma piada porque eu não sou acostumado a ler livros físicos e por isso não tenho opinião formada sobre isso, o único grande livro que peguei para ler foi O Iluminado de Stephen King e não passei da página 10, sou uma farsa.

19.  Como lidar com as críticas e frustrações?

R: Eu não sou o melhor para aconselhar alguém quando isso acontece porque eu constantemente penso em desistir, eu me sinto frustrado sempre e isso me corrói, sinceramente não sei o que dizer sobre isso.

20.  Qual a dica que você daria para os novos escritores?

R: Pode estar difícil, mas não desista, sei que é estranho um conselho desses vir de mim, mas eu já sou derrotado por natureza, vocês não. Sempre que pensarem em desistir ou que seus livros estão ruins, abram o Wattpad ou o Spirit Fanfics e vejam quantos livros lixo tem milhares de visualizações, se essas porcarias são famosas, por que o seu não pode ser também? Vai com tudo!